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29/08/2014
No Dia de Combate ao Tabaco, veja motivos para largar o cigarro
 

Estar disposto a parar de fumar é o primeiro passo para conseguir se livrar do vício,
responsável por 30% das mortes por câncer. Nesta sexta-feira (29), quando é celebrado
o Dia Nacional de Combate ao Tabagismo, o alerta sobre a gravidade da dependência
do cigarro causada pela nicotina é feito pelo médico pneumologista e chefe do Serviço
de Pneumologia do Hospital Ana Costa de Santos, Waldimir Carollo dos Santos.
E não faltam razões para o fumante querer largar o tabaco. Para começar, eles adoecem
com uma frequência duas vezes maior que os que não têm o vício. Têm menor
resistência física, menos fôlego e pior desempenho nos esportes e na vida sexual.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), órgão do Ministério da Saúde, apontam
que o tabagismo é diretamente responsável por 30% das mortes por câncer, 90% dos
óbitos por câncer de pulmão e 25% pelos casos fatais de doença coronariana.
O tabaco responde ainda por 85% as mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica e
25% dos óbitos por doença cerebrovascular. Estima-se que, no Brasil, a cada ano, 200
mil pessoas morram precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo.
Carollo reforça que não é só o câncer de pulmão, um dos mais conhecidos, acomete
aqueles que fumam. "O câncer de pulmão é uma neoplasia muito complicada.
Normalmente quando fazemos o diagnóstico, a doença já está muito avançada. Esse é
um problema de saúde e a mortalidade depende do caso e tipo de tumor. Existem
tumores mais agressivos e outros menos agressivos, por isso depende. Vale ressaltar que
fumar pode causar outros tipos de câncer, não só do trato respiratório, mas também os à
distância, como na bexiga, por exemplo", afirma.
Outras doenças que também estão relacionadas ao uso do cigarro são o aneurisma
arterial, trombose vascular, úlcera do aparelho digestivo, infecções respiratórias, além
de doenças pulmonares obstrutivas, como bronquite crônica e enfisema.
Número de substâncias nocivas no cigarro chega a 5 mil. A nicotina é responsável pela
dependência
Força de vontade
Diante de tantos riscos, Carollo ressalta que a força de vontade para largar o cigarro é a
primeira e principal "arma" utilizada no tratamento contra o tabagismo. "Se a pessoa
não estiver disposta a largar o vício, não conseguirá parar de fumar. É um processo que
não é fácil e que existe aconselhamento médico e psicológico, onde o paciente é
informado sobre os malefícios do cigarro e o que traz de bom largar o vício", explica.
Conforme o especialista, medicamentos também podem e devem ser utilizados durante
o tratamento. "A reposição de nicotina por goma de mascar ou adesivo é uma das táticas
que utilizamos. A nicotina é a substância que causa dependência, mas, além de nicotina,
o cigarro tem aproximadamente 5 mil substâncias nocivas. E a nicotina que
recomendamos ao paciente é em doses menores do que a quantidade encontrada em um
cigarro. É como se houvesse um desmame progressivo a essa dependência".
Icesp
Levantamento do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) revela que 65%
dos fumantes com câncer atendidos no hospital estadual não conseguem largar o cigarro
mesmo após receber o diagnóstico. Isso significa que 2 em cada 3 pessoas com a doença
continuam fumando

   
 
 
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